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Nossa jornada pessoal

“Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar, para atravessar o rio da vida – ninguém, exceto tu, só tu. Existem, por certo, atalhos sem números, e pontes, e semideuses que se oferecerão para levar-te além do rio; mas isso te custaria a tua própria pessoa; tu te hipotecarias e te perderias. Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar. Onde leva? Não perguntes, segue-o!”

Friederich Niezche

A frase de Zaratustra representa o momento de sua jornada pessoal ao sair de onde vivia e isolar-se na montanha. Aparentemente solitário, tinha na verdade a companhia de si mesmo, de seus pensamentos, hábitos, valores, crenças, visão de mundo e aprendizados vividos até então, que geraram nele a condição de ser humano.

E em busca de fazer as pazes com sua trajetória pessoal, cada vez mais as pessoas buscam construir suas pontes, que as levem na direção de uma vida com mais significado e conectada de forma genuína com sua identidade pessoal.

Nesta jornada, para seguir o caminho dirigido pela nossa bússola interna, é preciso ter um alicerce principal: o autoconhecimento.
Conhecer a si mesmo pode levar anos, mas talvez seja a principal tarefa de uma vida. A consciência de si mesmo, dos valores, capacidades, limites e potencialidades leva tempo e requer muito esforço, humildade e reflexão pessoal. Alguns passos acredito serem importantes nessa jornada de autoconhecimento:

  1. Antepassados: somos definidos pela história que começou antes mesmo de nascermos. Os símbolos familiares de muitas gerações representados por uma máquina de costura, um diploma, uma foto, as histórias contadas de geração em geração, as lembranças afetivas de infância, refletem em nós alguns valores profundos e que não enxergamos apesar de estarem sempre presentes. Nossos pais e avós nos marcam de forma profunda, pois são referências na construção de valores na primeira infância;
  2. Ferramentas: testes de personalidade, de estilos, de valores, de perfil comportamental, são inúmeros disponíveis no mercado. Alguns usados em ações de desenvolvimento dentro das organizações, outras usadas por profissionais especializados em processos de desenvolvimento individual, outras disponíveis até de forma gratuita e acessível a quem tiver interesse de saber um pouco mais sobre si mesmo. As ferramentas dão forma e significado ao que percebemos e descrevemos de nós;
  3. Percepção de amigos e família: as pessoas mais próximas de nós são as que melhor nos conhecem, sabem o que nos deixam felizes e tristes, sabem como tomamos decisões, nos enxergam nus mesmo quando estamos vestidos. É uma visão complementar às nossas descobertas a partir das ferramentas;
  4. Trabalho: nossas principais capacidades individuais se refletem no que fazemos bem e com muita satisfação. Em algum momento de nossa carreira profissional vivemos esse sentimento de estar no lugar certo, fazendo a coisa certa e, felizes por isso. Por status social e/ou ganho financeiro, muitas vezes deixamos de atuar em nossa plena capacidade. Os feedbacks recebidos ao longo de nossa carreira dão pistas importantes sobre quem somos, ou pelo menos, como impactamos os outros a partir do que somos.

Não existe um único caminho a ser seguido para se viver com mais significado e satisfação, cada um de nós tem uma jornada única a ser seguida. Esse é o mistério e o milagre do desenvolvimento humano. O sinal de que se está no caminho certo é o brilho nos olhos, a vibração de amor por si mesmo e pelo outro, a vontade de permanecer e de fazer mais e mais.
Só o indivíduo pode construir as suas pontes, mas a jornada nunca é solitária, só é preciso aprender a enxergar os alicerces que nos sustentam.

Fonte: NIETZSCHE, Frederico – Assim falava Zaratustra

Sobre o autor:

Atuou com Desenvolvimento de RH com por 20 anos em diferentes segmentos. Dedica-se hoje a apoiar profissionais a trabalharem guiados por seus valores e com propósito.

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